Descubra como as roupas que você usa impactam sua vida

Por que você se veste?

A resposta mais óbvia é que andar nu é contra a lei, mas será que é só por isso? Desde que o Homo sapiens começou a habitar o planeta, o vestir-se tornou-se uma necessidade.

Inicialmente, folhas e peles de animais eram usadas principalmente para proteger o corpo. Com o tempo, surgiram adornos para diferenciar indivíduos: os mais bravos ostentavam dentes e garras de suas presas, amuletos exibiam crenças e cores indicavam origens.

As roupas evoluíram para se tornarem indicadores de classe social, símbolos de status, posição política e, claro, uma prévia de quem somos. O filósofo estoico Epicteto já dizia há 2 mil anos: “Conheça primeiro quem você é. Depois adorne-se de acordo.”

As roupas transmitem as suas ideias antes de você abrir a boca. Você não tem escolha! Isso acontece devido ao nosso Inconsciente Coletivo, conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra Carl G. Jung. Trata-se da camada mais profunda da psique, constituída por materiais herdados, onde residem traços funcionais comuns a todos os seres humanos.

Atribuímos significados a formas e cores de forma inconsciente.

Você acha que preto é refinado? Isso acontece porque em um certo momento da história, a cor era relacionada aos burgueses, que tinham muito poder financeiro.

O roxo até hoje está ligado à espiritualidade por ser a cor que era usada pelo Clero e pela elite religiosa.

As linhas mais retas passam força, inclinadas dinamismo e curvas acolhimento.

Cada escolha de design que fazemos ao montar um look tem um significado. As peças são como palavras que ao serem conectadas com outras ganham um sentido único. Se vestir é se comunicar em uma língua especial que todos conseguem decifrar, mas nem sempre são fluentes ao usá-la como forma de expressão pessoal.

Copiar o look de alguém não garante o mesmo resultado se você não tem a mesma personalidade e história de vida daquela pessoa. Ficamos desconfortáveis quando não nos sentimos representados pelo que vestimos.

Mesmo que a linguagem do look esteja trabalhada para uma determinada mensagem, ela pode não ser eficiente. Quando alguém não "segura o look", é porque não é autêntico, o que pode ser cansativo e prejudicial à saúde mental.

Sem contar que a primeira impressão é baseada na nossa imagem e quando ela não bate com quem somos, é como se quebrássemos uma promessa e geramos desconfiança nas pessoas.

Frases como “eu achava que você era tão séria, mas você é um amor” indicam desconexão entre o vestir e a personalidade. Para ser verdadeiro, a imagem deve refletir sua essência, como você quer se sentir. O que você transmite é uma consequência.

E agora, como colocar isso em prática?


A essa altura você já está convencido de que nos vestimos para nos sentirmos bem e para sermos interpretados pelas pessoas com assertividade e coerência, não é mesmo? Estar dentro da lei é só uma consequência!

  • Autoconhecimento! A partir do momento que sabemos quem somos e quais são os nossos objetivos, usamos cores, formas, caimentos, texturas e combinações com intenção a cada momento das nossas vidas e fazemos das roupas ferramentas de expressão pessoal com autenticidade. Isso muda a nossa relação com as compras e com o armário.
  • Referências! Observe looks que provocam as reações que você deseja causar, com cores, modelagens e combinações que te atraem. Fique atento ao seu feed do Instagram, anúncios de lojas, vitrines, TV e tudo ao seu redor.

    Pense também nas pessoas do seu círculo ou celebridades que você admira pela forma de vestir. Não aquelas que você pensa “acho lindo nela, mas não me vejo usando.” Pessoas bem-vestidas são aquelas que se vestem de si mesmas.

Quando dominamos o nosso Estilo – quem somos, o que queremos sentir e transmitir, nosso Corpo – conhecemos cada pedacinho de nós e o que nos deixa mais confortáveis e Cores –descobrimos o nosso colorido natural, as cores que harmonizam com ele e com a nossa essência, nos vestimos com facilidade.

Eu chamo de três pilares do vestir e esse conhecimento é revolucionário!

“Não escolher a roupa é não refletir sobre o seu papel no mundo. Ignorar o que se veste é ignorar o seu papel, sua função social e sua própria essência de expressão. Escolher de forma consciente o que você vai vestir é seu manifesto pessoal, um discurso poderosíssimo!”, Nathalia Anjos em O Cérebro e a Moda.

Eu te convido a ser fluente na linguagem do vestir e que o seu armário seja um acervo, com uma curadoria cuidadosa para que as suas peças mostrem para o mundo quem você é!

Por Rafaela Garcia, consultora de imagem e fundadora do Armários Revoltos.

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